sábado, 28 de maio de 2011

Rio e o tráfico de animais silvestres


   A animação é bastante lúdica e praticamente não se sente o tempo passar enquanto se assiste Rio. Divertidíssimo, conta as peripécias do último macho da espécie das ararinhas-azuis, que é criado nos Estados Unidos e fica totalmente aculturado (lê livros e prefere tudo que seja fabricado por mãos humanas) quando é levado para o Brasil pelo ornitólogo Túlio para se acasalar com a última fêmea da espécie, Jade... É uma história muito bem elaborada.




Mas, além do enredo, outro fato que me chamou a atenção foi a menção ao tráfico ilegal de animais silvestres (no caso do filme, aves) no Brasil.

O filme mostra que Jade e Blue foram capturados por traficantes ilegais de aves e postos em gaiolas precárias junto com outras aves em situação idêntica. Mas, não demonstra nem a metade da atrocidade do contrabando.

Em primeira instância, negociar animais silvestres sem autorização dos órgãos respondáveis é agredir o meio ambiente. Há uma retirada de uma espécie importante do meio (por que os traficantes sempre recolhem bandos de animais e há muitos traficantes, ou seja, muitas pessoas retirando muitos animais da mesma espécie geralmente de um mesmo ecossistema) o que acarretará um desequilíbrio nas relações entre as espécies que permaneceram, uma vez que faltará um elemento que tinha hábitos alimentares X que ajudava no controle da população Y, que por sua vez crescerá desordenadamente acabando com a poupulação W, da qual se alimentava...

E também por causa da precariedade absurda no transporte e manejo dos animais traficados. Um exemplo: A argola metálica de identificaçaõ de legalização. O IBAMA as põe quando as aves são novas, por que assim evita que seus dedos sejam quebrados. Para aparentarem ser legalizados pelo IBAMA, os traficantes põem argolas metálicas nas garras das aves quando já ADULTOS já tendo crescido a sua garra. Resultado: Quebram, amputam os dedos do animal e SEQUER ministram algum cuidado após a agressão, apenas estacando o ferimento com fita crepe transparente. É BARBARIDADE! 

Como as aves quer entoem sons melodiosos quer façam outras demonstrações exuberantes para atrair parceiros de acasalamento no descanso reprodutivo, muitos traficantes os buscam para exibir como atrações em praças, feiras, etc.

Vejamos como exmplo o tiziu.

Durante a época de descanso reprodutivo dessa espécie, o macho costuma realizar pequenas acrobacias. Os traficantes, em busca de dinheiro fácil, os recolhem durante essa fase. Como durante o descanso reprodutivo o macho tende a estar ansioso e competitivo e com muita adrenalina em seu sistema circulatório, naturalmente já é estimulado a saltar. porém, para que ele continue saltando durante o dia inteiro e a cada vez que houver 'público', o traficante o manipula sempre. Após um dia inteiro de intenso estresse físico pelo bombardeio hormonal, o pássaro morrerá. Simplesmente HORRÍVEL!

As gaiolas são cada vez menores, para levantar menos suspeitas. Os filhotes são traficados ainda sem terem crescido suas penas. Não são alimentados nem ingerem água corretamente, muitas vezes sequer respiram regularmente. Contraem doenças. 99.9% dos animais morre antes de chegar ao local da venda e os 0,01% que não morrerem no percurso morrerá poucas horas após a venda. ISSO PRECISA ACABAR!


Muitos dizem que o mais importante para o momento atual é salvar apenas a Humanidade.
Nisso eu concordo plenamente.
Mas, se não nos preocuparmos com a questão do tráfico ilegal de animais,
milhares de vidas animais serão desperdiçadas em vão,
muitos animais sofrerão inenarravelmente
milhões de ecossistemas perfeitos se desequilibrarão
e por fim a humanidade será afetada.
Pensem nisso.





Diante desse rol dos infernos, resta a pergunta. Quem saberá a resposta?

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